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Visita ao Museu de Geologia em Vila
Real
O Museu de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, está a comemorar 25 anos de existência e prepara-se para alargar a actual área de exposição que tem 250 metros quadrados.

P Museu de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, está a comemorar 25 anos de existência e prepara-se para alargar a actual área de exposição que tem 250 metros quadrados.
Situado no edifício de Geociências, o Museu alberga colecções de minerais, rochas e fósseis, maioritariamente portugueses, mas também algumas peças valiosas, como os cristais de água do mar oriundos do Paquistão.
"Temos alguns milhares de amostras de todo o Mundo, mas agora estamos a fazer um inventário para saber o número exacto. É uma falha que o Museu tem, até porque não tem um funcionário próprio", sublinhou, ao JN, Paulo Favas, um dos dois docentes da Universidade que desde há quatro anos tem estado à frente do espaço. O outro é Carlos Coke.
De resto, ao longo dos 25 anos da sua existência, a gestão do espaço tem estado sempre a cargo de directores e professores do departamento de Geologia da UTAD. As visitas guiadas são, normalmente, asseguradas por alunos.
O financiamento é o calcanhar-de-aquiles deste museu, pois "quase não gera receitas e o fundo de maneio mensal é de 50 euros". As entradas são gratuitas e tem sido possível contabilizar entre três a quatro mil visitantes por ano. A maior parte é oriunda de escolas. "Há até manuais escolares com fotografias de peças que foram tiradas aqui", diz Favas.
Sorte que o Museu de Geologia tem muitos beneméritos que oferecem algumas peças que se juntam às encontradas em trabalhos de campo do departamento, às cedidas por vendedores nas feiras dos minerais e, claro, às que têm sido compradas. Em relação a estas últimas, o problema é que se demora "muito tempo" a pagá-las. O pagamento da água marinha durou "cinco anos".
Para fazer face aos problemas de financiamento foi criada a Associação dos Amigos do Museu de Geologia. Permite juntar mais algum dinheiro e adquirir peças mais emblemáticas e, por sua vez, caras.
Actualmente, o espaço da exposição de longa duração tem um núcleo dedicado à mineralogia, outro dedicado às rochas e às principais minas portuguesas e um outro dedicado aos fósseis.
No primeiro encontram-se duas vitrinas modernas com as jóias da coroa, pelo menos em termos de tamanho e aparência, caso dos cristais de gesso, da calcite (rosa do deserto) e uma peça de Fluorite e Barite.



Astros

Descoberto carbono num exoplaneta

O WASP-12b, a 1200 anos-luz da Terra, é um gigante gasoso. O facto de conter carbono, que é essencial à vida na Terra, abre novas perspectivas nestes estudos

A 1200 anos-luz do sistema solar, o exoplaneta WASP-12b, descoberto no ano passado, tem uma atmosfera que "respira" carbono. Foi a a primeira vez que se detectou carbono - um dos elementos essenciais à vida na Terra - na atmosfera de um destes mundos distantes. A descoberta é publicada hoje na Nature.
O WASP- 12b é um gigante gasoso, como o "nosso" Júpiter, mas o facto de ali ter sido detectada a assinatura do carbono deixa em aberto a possibilidade de existirem planetas rochosos em torno da mesma estrela (ou de outras estrelas) constituídos por este elemento.
Descoberto em 2009 por uma equipa de investigadores que utilizou o telescópio no Reino Unido Wide Angle Search for Planets (WASP) - daí o seu nome - o planeta tem 1,4 vezes a dimensão de Júpiter, o maior dos planetas do sistema solar, e está incluído na categoria dos júpiteres quentes. Ou seja, atinge altas temperaturas, dada a proximidade da estrela que orbita.
No entanto, em nenhum destes júpiteres quentes - a maioria dos 500 exoplanetas identificados, desde que o primeiro foi descoberto, em 1995 - tinha sido até hoje detectado carbono.
"Isto é território novo e vai motivar os cientistas a investigar o que existe no interior destes planetas ricos em carbono", disse o principal autor do artigo em que se descreve a descoberta, Nikku Madhusudhan, que actualmente desenvolve o seu trabalho em astrofísica na universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Embora, tal como Júpiter, este seja um planeta gasoso e não tenha superfície rochosa para albergar vida, o WASP-12b inaugura uma nova categoria de planetas extra-solares. É possível que em torno da mesma estrela se tenham formado há milhares de milhões de anos planetas rochosos de dimensões semelhantes às da Terra e também ricos em carbono. A ser assim - e essa é uma hipótese que os astrofísicos vão explorar a partir de agora, procurando esses possíveis planetas -, formas de vida que aí surgissem teriam de sobreviver adaptadas a um mundo com pouco oxigénio e pouca água, e com muito metano, os principais elementos desse mundo distante, segundo a estimativa dos investigadores. Mas, como eles próprios notam, isso acaba por não ser assim tão inverosímil depois de a NASA ter anunciado na semana passada que existe no nosso próprio planeta uma bactéria que se alimenta de arsénico.



                  Cimeira do clima entrou na recta final
A cimeira do clima de Cancún entra hoje no derradeiro dia de negociações, com muitas interrogações no ar e o espectro do fracasso em relação a um dos pontos essenciais em cima da mesa: o do prolongamento do protocolo de Quioto, cujo prazo de validade expira em 2012. Se o Japão, a Rússia e o Canadá, que se têm manifestado contra a sua continuação, não mudarem hoje de ideias, o compromisso para a redução de emissões para lá de 2012 está comprometido.
O dossiê das florestas enquanto sumidouro de emissões e o fundo climático para adaptação às alterações climáticas estão mais próximos de um acordo no México

                             
Novo dinossauro na Coreia do Sul

O 'Koreaceratops' vem preencher um vazio de registos fósseis na região.

Havia traços e vestígios, como ovos fossilizados e pegadas, mas nunca até agora tinham sido encontradas partes de esqueleto fossilizadas de dinossauros na península da Coreia. Logo à primeira, a equipa internacional que fez o achado descobriu também uma nova espécie de dinossauro, um ceratópode, que significa que tinha cornos ou saliências ósseas na cabeça.
O Koreaceratops hwaseonengis, como foi designado pelos seus descobridores, viveu há 103 milhões de anos, no período Cretáceo, e foi ontem anunciado pelos seus descobridores na revista científica de língua alemã Naturwissenchaften.
"Esta é uma descoberta rara", afirmou Michael Ryan, curador para a área da paleontologia de vertebrados do Museu da História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos, e um dos autores do achado, juntamente com investigadores da Coreia do Sul e do Japão.
"Nunca se tinham encontrado fósseis de dinossauro nesta região, apesar de anteriormente se terem encontrado outros vestígios, como ovos fossilizados e pegadas", explicou o investigador norte-americano.
Com a dimensão de um ser humano de estatura média-baixa (1,67 metros), uma cabeça ornamentada por protuberâncias ósseas e uma causa alargada na ponta, o Koreaceratops reflecte no nome a sua origem geográfica. A Coreia, desde logo. E hwaseonengis refere-se à cidade junto à qual foram encontrados os seus fósseis: Hawseong. Mas o seu nome reflecte também o seu género de ceratópode, que se refere especificamente às protuberâncias na cabeça.
A descoberta deste espécime "é importante na medida em que vem preencher um vazio de 20 milhões de anos", do ponto de vista do registo fóssil nesta região e porque permite documentar agora o período "entre a origem destes dinossauros na Ásia e a sua primeira aparição na América do Norte", segundo explicou o paleontólogo do Museu de História Natural de Cleveland.
Com o seu pouco mais de metro meio e menos de 50 quilos de peso, o dinossauro da Coreia da Sul é relativamente pequeno, quando comparado com os seus parentes e predecessores na América do Norte, como o Triceratops, que era um autêntico gigante.
O estudo dos fósseis do dinossauro da Coreia, que incluem parte da cauda, dos membros e da queixada, mostrou que esta espécie, que tinha o focinho a terminar em forma de bico, era herbívoro e conseguia deslocar-se a uma boa velocidade sobre as pernas traseiras. A sua cauda um pouco bizarra sugere que ele deveria ser também um bom nadador, segundo os investigadores que estudaram os fósseis